
Preciso de apenas alguns minutos para resumir tudo o que eu sinto, e resumo isso em você. Porque amanhã isso pode ir embora com suas ondas. E eu estarei em outro lugar, ou talvez nos mesmos lugares de sempre. Se essas mesmas ondas não levarem consigo o pulsar do meu coração. Bastariam dois minutos para nos desencontrarmos. Ainda nos mesmos lugares, pelos mesmos caminhos, e em direções opostas. E enquanto os segundos passavam algo estaria errado. O livro do destino pode ter sido manchado com as fortes tempestades que suas lágrimas causaram naquela noite. E a mesma tempestade só atingiu ao seu telhado. Com o destino manchado, perdeu o rumo e o tempo não parou. Nem para você e muito menos para mim. E as quatro mil horas não me fez esquecer as vinte e quatro em que gastei com você. Letras que as ondas levaram; palavras ditas as estrelas; a flor que joguei aos ventos. Não sei mais onde tudo isso foi parar. Quem sabe estejam bem perto de você. Que distante de mim agora está. Ou talvez tenham sido enterradas com fósseis. Dois mil e onze anos e o planeta ainda está esperando que o esquadrão anti-bomba corte o fio vermelho. Quando o relógio parar e não podermos mais contar o tempo perdido, numa explosão tudo acabará. E tudo que você precisava era aproveitar o tempo que tinha, enquanto o passado estava perdido nas sonolentas aulas de história, ou quem sabe no seu coração. E o futuro a ciência tentava prever. Mas já o presente, é a única coisa que importa agora. Se decidir o que quer fazer, e fazer agora. Porque o amanhã pode não vir, e se não fizermos o presente, não poderá haver futuro.
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